sexta-feira, 31 de julho de 2009

Definitivamente eu prefiro pedidos de “desculpas” do que pedidos de “licença” !!!

É recorrente eu dizer às pessoas que trabalham ao meu redor, aos meus colegas de trabalho, aos professores, aos meus alunos e também as pessoas da audiência de minhas palestras que o mundo corporativo precisa de mais pessoas que estejam dispostas a pedir “desculpas” do que as que pedem “licença” o tempo todo.

Ambas as palavras remetem a um comportamento inadequado, uma vez que, alguém que pede desculpas deve estar arrependido por algum erro que cometera e alguém que pede licença deve estar meio inseguro do que pretende realizar ou ainda meio incomodado com a situação atual. É óbvio que o ideal, o ideal mesmo, é que as pessoas não tivessem que pedir desculpas, nem tampouco licença para nada. No entanto, a maioria das pessoas erra, alguns porque têm a crença de que “errar é humano” e outros porque entenderam que o “erro” é uma forma excelente de aprendizado. Eu prefiro o erro de uma pessoa que pediu desculpas do que o erro de alguém que pede licença.

Dá para perceber a diferença?! É sutil, mas muito importante.

Uma das diferenças básicas é que aquele que pede licença está antes do fato e, aquele que pede desculpas já realizou o fato. Um erro que demanda um pedido de desculpas sinaliza alguém que tomou iniciativa e eventualmente errou, característica básica das pessoas que ousam tomar a frente das coisas e antecipar-se proativamente aos problemas e circunstâncias da vida. Aquele que pede licença provavelmente teme por realizar e precisa constantemente da ordem detalhada para fazer alguma coisa.

A pessoa que admite pedir desculpas, sem culpa e sem autopiedade, admite errar, mas também admite que cada erro é uma oportunidade de aprendizado que faz com que o erro reincidente seja muito pouco provável. A pessoa acostumada a pedir licença para tudo depende de alguém para existir, precisa da ordem para dar o próximo passo e raramente se antecipa aos fatos ou pesquisa soluções de forma proativa.

Um profissional seguro e alinhado com a excelência está muito mais disposto a errar e pedir desculpas pelo erro, como forma até de se autopunir, demonstrando certa raiva por “ter” que pedir desculpas pelo erro. Aquele que prefere a licença espera mais que o necessário e sempre que possível opta pelo menor risco.

Eu não sou adepto da frase de que “errar é humano”, muito pelo contrário, tenho convicção de que “acertar é muito mais humano do que errar” e de que os eventuais erros que cometemos ao longo da vida nos ensinaram muito mais do que muitos acertos, mas foram uma minoria. Imagine você entrando numa sala de cirurgia com a frase “ERRAR É HUMANO” na porta da mesma! Não dá para aceitar que esta frase seja séria, não é? Se você erra mais do que acerta, existe um grande problema a ser resolvido em sua vida.

Como conviver com os erros parece ser inevitável - não com os mesmos erros o tempo todo -, mas com erros diferentes a cada circunstância (o que realmente nos ensinará), tenho a impressão de que algo precisaria ser feito para motivar as pessoas a pedir mais desculpas do que licença! O mercado precisa de gente disposta a lamentar de algo que fez e não de gente que não admite pagar o mico de errar. Existe uma quantidade relevante de seres humanos que pelo medo de errar, sequer se desafiam a fazer sua história melhor.

O sucesso é uma questão de freqüência em desafiar-se (e aceitar que vai fracassar muitas vezes até merecer conseguir o que deseja) e não uma questão de competência superior. Por este motivo, a pessoa que é capaz de pedir desculpas, sem remorso, está muito melhor preparada, disposta e motivada para enfrentar desafios ousados do que as pessoas que sempre privilegiam a espera por alguém lhe dando licença ou a ordem detalhada que abra os caminhos.

Pense nisto!

Um comentário:

  1. Concordo em genero, numero e grau.
    Eu tbem nao gosto da frase "Errar é humano", e acho que as pessoas tem que buscar sempre o seu melhor...sempre.

    Bjks Pavaninho !!!

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